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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Essas bandas...E seus nomes esquisitos

Matéria do Correio Braziliense onde falam do Band'aid...

Parabéns pela bela reportagem à jornalista Ana Clara Brant


Nomes de bandas brasilienses revelam histórias curiosas e até polêmicas



Ana Clara Brant

Publicação: 08/02/2011 08:37 Atualização:

Quando um grupo musical está prestes a nascer, a primeira coisa que vem à cabeça é: como é que vai se chamar? O nome pode surgir por acaso, por meio de uma brincadeira, de uma homenagem, via sonho ou até mesmo após uma bebedeira com os amigos. É assim que despontam denominações peculiares como Desdobradores do Tempo no Horizonte Vertical, Pedrinho Grana e os Trocados, Ex-Quadrilha da Fumaça, Kaos Clitoriano, ou até mesmo Macakongs 2099. Todos esses nomes batizam bandas de Brasília que já existiram ou que ainda estão na ativa e reservam histórias bem curiosas e, às vezes, até polêmicas.

Um dos grupos brasilienses de maior destaque no cenário nacional, Móveis Coloniais de Acaju, carrega uma espécie de lenda envolvendo seu nome. Além de sonoro e diferente, ele homenageia o “obscuro episódio histórico da Revolta do Acaju”, acontecida na Ilha do Bananal, em Tocantins, como os próprios integrantes gostam de relatar. Segundo a “versão” dos músicos, em 1813, os índios javaés, que tradicionalmente usavam a madeira de acaju (cedro) para produzir móveis em estilo colonial, se uniram aos portugueses para expulsar da Ilha do Bananal invasores ingleses que se apoderaram da região.

Entretanto, há dois anos, uma revista de circulação nacional publicou uma reportagem desmentindo esse acontecimento e afirmando que ele foi inventado pelos artistas do Móveis. “Esse caso ganhou tanta repercussão, a revista tratou a matéria como algo investigativo. Era até engraçado”, comenta o baixista da banda, Fábio Pedroza.

Invenções — ou não — à parte, o fato é que os músicos do Móveis Coloniais não desmentem essa teoria e acreditam piamente em tudo que está relacionado com o nome da banda. “Sempre escutei essa história e acredito nela. Se aconteceu exatamente como as pessoas contam, isso não importa. Nunca tivemos uma preocupação em explicar isso. A história é essa e faz sentido pra gente e pelo o que ela simbolicamente representa”, enfatiza Fábio.

O músico lembra de vários causos pitorescos envolvendo o nome do grupo e que, no começo, muita gente não conseguia memorizar ou mesmo trocava as bolas. Móveis Coloniais de Aracaju e Móveis Coloridos do Acaso são apenas algumas das designações. Isso sem falar dos que duvidavam tratar-se de um grupo musical.
Substância

Quem também tem todo um enredo por trás do nome é a banda Macakongs 2099. Resultado de uma homenagem à uma série de revistas da Marvel que se passava no futuro e de um sonho do baixista Phú, o grupo leva a irreverência também para suas músicas e para sua própria formação. Evandro Esfolando, ou melhor, Cigano Igor, uma referência ao personagem do inexpressivo ator Ricardo Macchi, na novela Explode Coração, conta que, na versão da banda, macakongs é uma substância industrial, mantida em segredo pelas grandes corporações, que é colocada em refrigerantes sabor cola, cigarros e produtos de redes de fast food para viciar as pessoas a consumirem mais.

“Tinha toda uma viagem sobre essa substância que criamos e ainda tem a história de que viemos do futuro, de 2099, e que estávamos à frente do nosso tempo. Tudo era de uma maneira meio brincalhona”, brinca Evandro.

Criada em 2008, a banda Desdobradores do Tempo no Horizonte Vertical escolheu essa denominação grandiosa para agradar a todos os seus componentes. Metade queria Desdobradores do Tempo e a outra preferia Horizonte Vertical. “Decidimos unir. Foi uma maneira democrática de nos batizar. Cada um interpreta da forma que quiser”, comenta o baterista, Jones Sacramento. Segundo ele, muita gente não consegue completar o nome da banda e já aconteceu até de alguns acreditarem que havia dois grupos se apresentando na mesma noite. “Tem gente que acha que são duas bandas. Nunca pensamos em mudar o nome. Ele é a nossa cara”, analisa.

Pode acontecer também de um grupo se apropriar do nome de um dos seus integrantes, de preferência o vocalista, para se autobatizar. Foi o que houve com Pedrinho Grana e os Trocados e a banda Abelardo e os Barbosas. Pedro é um grande fã do cantor e compositor norte-americano Johnny Cash e aproveitou o trocadilho e nomeou sua banda. “Sempre gostei de fazer esse tipo de brincadeira, de traduções literais, e como na época eu estava muito viciado na música do Johnny, a gente criou isso. Chamei mais três músicos e acabou ficando. As pessoas acham curioso e acredito que isso até incentiva na nossa divulgação”, diz Pedrinho.

O cantor Abelardo Rêgo relutou muito, mas acabou permitindo que seu nome compusesse a designação da banda que acabava de formar: Abelardo e os Barbosas, uma clara alusão a um dos grandes comunicadores da história, seu xará, Abelardo Barbosa, o Chacrinha. “Nosso som nunca teve nada a ver com ele, mas o Chacrinha é um mestre da cultura, isso desperta a curiosidade nas pessoas. O nome é chamativo e engraçado, querendo ou não, mas é o trabalho que acaba fazendo o nome”, opina.

Nada de cobranças

Alguns nomes são tão irreverentes que há quem nem leve muito a sério o conjunto musical. Mas isso não chega a ser um empecilho, segundo os próprios artistas. Há 11 anos, um grupo de amigos de Planaltina decidiu criar uma banda, porém queria uma denominação que soasse engraçada. Voltando de uma partida de futsal, um dos rapazes passou em frente à farmácia quando teve o estalo. “Ele viu o cartaz do Band-aid e disse ‘bandaid’, enfatizando a parte banda, fazendo um trocadilho. A gente achou engraçado e resolvemos adotar o nome, colocando o apóstrofo no lugar do hífen para diferenciar do curativo”, lembra Marcos AC, baixista e vocalista do Band’aid.

Outro grupo cujo nome surgiu meio que por brincadeira é o ADI, que nada mais é do que a abreviatura de Amigos do Ivolanda. Certa vez, eles estavam em um churrasco e resolveram tocar de improviso. Mas precisavam designar aquele quarteto. “A gente nem se lembra quem foi, mas alguém gritou de brincadeira: ‘Amigos do Ivolanda’. O nome pegou, apesar de achar meio esquisito e comprido. Quando começamos a tocar profissionalmente é que abreviamos para ADI. Muita gente acha engraçado. Pergunta se é por causa do Ivolanda, do programa Topa tudo por dinheiro, se a gente é realmente amigo dele. Cria uma curiosidade nas pessoas e isso é legal”, acredita o baterista Thales André.

De acordo com o baterista dos Desdobradores do Tempo no Horizonte Vertical, Jones Sacramento, o nome é uma consequência e que o importante é se a banda é ou não de qualidade. “Você tem que ter música boa, um som legal. Pode ter o nome mais chamativo do mundo, superengraçado, mas se o som não for bom, a banda não pega. É claro que quando é um grupo desconhecido, isso pode ajudar, no começo, mas a música é o principal”, ressalta. (ACB)

Conheça mais o trabalho das bandas/ Abelardo e os Barbosas: www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=47591524/ ADI: www.myspace.com/adirocker / Band’aid: blogbandaid.blogspot.com/ Desdobradores do tempo no horizonte vertical: www. myspace.com/desdobradores / Gramofocas: www.myspace.com/osgramofocas/ Macakongs 2099: www.myspace.com/ macakongs2099/ Móveis Coloniais de Acaju: www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/ Pedrinho Grana e os Trocados: www.myspace.com/pedrinhograna

Para ler a matéria direto do site do Correio Braziliense

2 comentários:

  1. eu adooooro o nome da banda, e sempre disse isso! Sempre chamou minha atenção!!
    Suceeeeeeesso!!!

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  2. Que bacana Marcão esse blog,to curtindo aqui as suas postagens.Muita matéria interessante, não só a respeito de vcs,como também em relação história do Rock de Brasília.Pode contar conosco muleque.

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